Superadas as expectativas da 12ª Feira do Livro
Foi encerrado mais um ciclo de encontros com a arte, a literatura, a diversidade, a cultura, os livros e o conhecimento. Durante seis dias de programação, mais de 70 mil pessoas visitaram a Feira do Livro / Festival Literário e Cultural de Feira de Santana (Flifs), evento realizado na Praça Padre Ovídio.
Entre apresentações artísticas, contações de histórias, rodas de conversa, não faltou espaço para olhares encantados por aqueles que protagonizam esse enredo: os livros. De acordo com Murillo Campos, coordenador comercial da Uefs Editora e também dos expositores da Feira, este ano foi registrado maior volume de vendas e movimento nos stands.
Quem vivenciou a 12ª edição da Flifs também avaliou bem o evento. “Foi muito positivo participar de mais uma Feira do Livro. Um evento que fomenta a arte, a leitura e movimenta o cenário cultural da nossa cidade. Ter esse contato direto com os autores é muito importante. Eu sempre venho com alunos, com a família e amigos”, declarou Milena Assis, professora.
O intercâmbio com escritores foi também possibilitado durante os lançamentos de livro. Ao todo, 56 novas obras foram lançadas na Flifs este ano. “Mais que um lançamento, um (re)nascer em forma de poesia sobre a luz do girassol. Lançar ‘A flor da Pele na Flifs’ marca para todo o sempre uma nova etapa em minha vida, o (re)nascimento de uma mulher com a eterna alma de menina. Menina está que durante muito tempo fora silenciada. Hoje, a mulher grita, grita em forma de poesia, resistência e superação. É sobre ser fruto de uma educação transformadora”, relatou Nina Maria da Conceição, ex-aluna do UPT/Uefs e hoje estudante de Letras da Instituição.
Na cerimônia de encerramento, a coordenadora da Feira do Livro, Eliana Mota, afirmou que este ano as expectativas foram superadas. “Registramos um público ainda maior, durante a semana tivemos a presença intensa de estudantes e professores e no final de semana recebemos muitas famílias. Isso comprova que o nosso objetivo de incentivo à leitura e de formação de leitores está sendo alcançado”, disse.
Para a vice-reitora da Uefs, professora Amali Mussi, “a Flifs representa o tripé universitário em ação: ensino, pesquisa e extensão para além dos muros da Universidade, levando alegria, saber, cultura e arte por diferentes caminhos, encantando a todos que dela participa! Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, diante de sua dimensão e complexidade, a Uefs mantém com fibra e altivez o cumprimento da sua missão de produzir e socializar o conhecimento”.
A 12ª edição da Feira do Livro de Feira de Santana foi encerrada com o carisma e talento da cantora Maryzélia, que este ano deu nome ao palco principal do evento. “É muita gratidão, pois estou aqui desde a primeira edição, quando comecei como animadora. São flores em vida e esse reconhecimento fortalece a ideia de que a minha caminhada está sendo positiva”, afirmou a homenageada.
O encerramento da Flifs também foi marcado pela divulgação da data da próxima edição: 22 a 27 de setembro de 2020.
Mulheres cordelistas
são destaque
A literatura de cordel é um dos patrimônios culturais brasileiros. As rimas impressas nos tradicionais folhetins têm espaço garantido na Feira do Livro de Feira de Santana (Flifs), que termina neste domingo (29). Na estrutura da Feira, a Praça do Cordel, que este ano homenageou Rodolfo Cavalcante, tem cadeira cativa. Durante os seis dias de evento, a literatura popular protagonizou mesas de conversa, palestras e apresentações culturais.
No cenário cordelista, os homens ainda são maioria, contudo, as mulheres estão abrindo caminhos para também disseminarem seus escritos literários. Nos últimos anos, a Flifs têm contado com a presença de mulheres cordelistas, que encontram no evento, a oportunidade de saírem do anonimato e contarem suas histórias.
É o caso da Mestre Janete Lainha, natural de Ilhéus. Ela começou a escrever cordel aos 7 anos e nunca mais parou, hoje já passa dos 500 livros publicados, entre eles ” Sou Negra”, no qual expressas as dores e belezas de ser negra. Janete conta que as mulheres sempre escreveram cordéis, mas muitas vezes se escondiam atrás de pseudônimos, fugindo dos possíveis preconceitos. “Hoje em dia, as mulheres estão conquistando seu espaço e mostrando que são dignas de serem escutadas”, disse.
Izabel Nascimento que também esteve presente na Flifs, nasceu em Sergipe, e começou a escrever cedo, influenciada pelos pais que também são cordelistas. Atualmente é presidente da Academia Sergipana de Cordel e conta que por causa da vivência familiar, só passou a perceber as dificuldades de ser mulher e escrever cordéis, quando começou a expor seus livros. “É necessário fortalecer os movimentos coletivos de mulheres, tanto na escrita quanto em outros âmbitos para que a gente entenda que nós não queremos escrever para ser mais do que os homens, nós queremos escrever para ter os mesmos espaços, os mesmos direitos e a mesma voz”, ressaltou.
Este ano a Praça do Cordel da Flifs reuniu 13 cordelistas, 3 repentistas, 1 xilógrafo, 1 editora de literatura de cordel, 1 crítico de literatura de cordel e 1 violeiro. A Feira do Livro é realizada pela Uefs em parceria com a Prefeitura de Feira de Santana, o Sesc, Governo do Estado e Arquidiocese de Feira de Santana.
Ascom/Uefs
FH, 30/09/19