Bahia 3 de junho de 2025

Deputada denuncia prejuízos com o fechamento de agências do Bradesco

Parlamentar cobra compromisso firmado com a venda do Baneb

O anúncio do fechamento de agências do Banco Bradesco nos municípios de Itagimirim, Mucuri e Nova Viçosa provocou reação da deputada estadual Cláudia Oliveira (PSD), que apresentou uma moção de repúdio na Assembleia Legislativa da Bahia. Segundo a parlamentar, a decisão da instituição financeira atinge diretamente milhares de cidadãos, especialmente aposentados e trabalhadores de baixa renda, que dependem do atendimento presencial para realizar transações bancárias básicas.

“Em Itagimirim, por exemplo, as alternativas mais próximas estão a 30 quilômetros de distância, o que representa um custo elevado para muitos, especialmente os que dependem da aposentadoria”, destacou a deputada.

O Bradesco alega que está promovendo uma reestruturação interna, mas, para a parlamentar, a medida desconsidera os impactos sociais e econômicos que o fechamento das agências provoca nas cidades menores, obrigando a população a enfrentar deslocamentos longos e onerosos para acessar serviços essenciais.

Deputada Cláudia Oliveira (PSD)
Foto: AscomALBA/AgênciaALBA

Além das dificuldades individuais, Cláudia Oliveira alerta que o fechamento das agências também afeta o comércio local, o turismo e a circulação de dinheiro, fragilizando ainda mais a economia das cidades do Extremo Sul da Bahia.

Compromisso descumprido?

O ponto mais delicado da crítica feita pela deputada é o resgate de um compromisso assumido há mais de duas décadas, quando o Bradesco adquiriu o antigo Banco do Estado da Bahia (Baneb), em 1999.

Na ocasião, segundo Cláudia Oliveira, foi estabelecido um entendimento de que a instituição privada manteria um atendimento bancário integrado e adequado às necessidades dos municípios atendidos pelo Baneb, que era responsável por operar parte significativa da folha de pagamento dos servidores públicos estaduais e tinha forte presença no interior do estado.

“Agir de modo diferente contraria esse compromisso, demonstrando uma falta de consideração com o bem-estar da população”, afirmou a parlamentar.

O Baneb foi fundado em 1952 como banco estatal da Bahia. Ao longo do século 20, consolidou-se como banco estadual com foco no atendimento à população baiana, especialmente fora da capital. Durante os anos 1990, no contexto das privatizações promovidas pelo governo federal, o banco foi vendido ao Bradesco, gerando forte debate e críticas da sociedade civil e de parlamentares da oposição na época.

Esvaziamento financeiro do interior

O fechamento das agências do Bradesco não é um caso isolado. Desde o início da digitalização bancária e das reestruturações internas promovidas por grandes bancos privados, centenas de municípios no Brasil têm enfrentado a perda de unidades físicas, mesmo em regiões com baixa conectividade à internet e com grande número de pessoas idosas.

Na prática, o esvaziamento do atendimento bancário no interior contribui para o enfraquecimento do comércio, reduz a circulação de dinheiro nas economias locais e obriga a população a depender de serviços bancários digitais que nem sempre estão ao alcance de todos.

O tema deve seguir em debate na Assembleia Legislativa, e a expectativa da deputada Cláudia Oliveira é que o Bradesco reavalie a medida e preserve o acesso da população ao serviço bancário presencial.

“É essencial que o Bradesco considere as necessidades e os direitos dos cidadãos, revertendo essa situação que, ao desamparar milhares de pessoas, gera danos irreparáveis à população do Extremo Sul baiano”, concluiu.

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Feira Hoje, 03/06/25

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