Niège Guidon: uma despedida e um legado que ecoa na Bahia
Cientista teve presença marcante em eventos históricos realizados em Salvador, em 2010
Faleceu nesta terça-feira, 4 de junho de 2025, a arqueóloga Niège Guidon, uma das maiores referências da arqueologia brasileira e sul-americana. Reconhecida internacionalmente, ela dedicou sua vida ao estudo da ocupação humana nas Américas e à preservação do patrimônio arqueológico. Apesar de não ter desenvolvido pesquisas diretamente na Bahia, sua presença marcou profundamente o campo da arte rupestre no estado.

Foto: divulgação
Niège Guidon participou do 1º Seminário de Arte Rupestre da Universidade Federal da Bahia e da 3ª Reunião da Associação Brasileira de Arte Rupestre (Abar), dois eventos históricos que reuniram especialistas de diversas regiões do Brasil em Salvador, em 2010. Na ocasião, a Bahia sediou o maior e mais importante encontro sobre arte rupestre de sua história, promovido pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), com apoio da UFBA, da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB) e do Iphan.
A presença de Niège Guidon nos eventos reforçou o prestígio da arqueologia brasileira e inspirou pesquisadores e instituições baianas a seguirem firmes na valorização e preservação da arte rupestre. Sua atuação incansável no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, onde fundou e dirigiu o Museu do Homem Americano, revolucionou o entendimento sobre a presença humana nas Américas, desafiando cronologias estabelecidas e ampliando horizontes da ciência.
Com sua partida, o Brasil perde uma defensora incansável do patrimônio cultural. Mas sua trajetória permanece como referência para futuras gerações – inclusive na Bahia, onde sua breve, mas marcante presença deixou raízes profundas.
Feira Hoje, da Redação
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04/06/25