Homenagem: Washington, Euclides & Itaibó
Agenor Sampaio Neto*
Se estivesse vivo, João Pereira de Andrade completaria 70 anos, 24 de junho. Através dele, conselhos para que fosse persistente e fiel à tradição, aos amigos e aos princípios, que a boa sorte seria a consequência. Sonho de Ícaro, voando nas asas do monomotor PT-KHJ. Os anos chegaram, mas ele sempre manteve a chama da vida, o sorriso no rosto, a palavra amiga incorporada em lema: “não basta ser pai, tem que participar”.
Com a prática desse exemplo, “amor recíproco entre quem

Professor Washington Luiz da Trindade
aprende e quem ensina é o primeiro e mais importante degrau para se chegar ao conhecimento” — Erasmo de Roterdã. Eu olhava para meu pai como herói, não só por ser mais velho, mas pela vontade de imitar-lhe a saga. Acabei virando educador. Meu pai— também chamado de Águia — me ensinou a ser arguto em relação à importância de coisas, pessoas e acontecimentos para que, dessa forma, pudesse unir e conectar pessoas e sempre

Euclides Neto
agregar em prol das partes envolvidas. Para essa missão, ele já chegou aqui pronto e assim, generosamente, impactou positivamente a vida de todos.
Jamais vi ou ouvi dizer que meu pai tivesse um instante de esmorecimento, salvo para recuar um pouquinho aqui e ali quando necessário e sempre contornar de novo o obstáculo até atingir os píncaros de sua caminhada e formar quatro filhos: um advogado-professor, um

Juju de Itaibó
administrador, outro juiz federal e uma filha já bem adiantada nos estudos.
A partir dos primeiros e relevantes voos com meu pai, pude alçar tantos outros, sozinho e bem acompanhado. Sob a inspiração dele, Taurino Araújo singrou os céus do Brasil de jatinho fretado, logo no início de sua exitosa carreira de advogado criminal.
Meu pai dizia que sonhar é voar e voar é sonhar, e assim tenho tido imensa sorte por ter sido ele o meu primeiro educador,

Taurino Araújo
seguido, em semelhante impacto, pelas figuras de Euclides Neto (durante a adolescência) e de Washington Trindade (meu Orientador no Mestrado) que, igualmente, perdi no fatídico ano de 2014…
Sob a inicial perspectiva daqueles voos iniciais, me tem sido possível viver no mesmo tempo da nova “epistemologia

Agenor Sampaio Neto
brasileira” que Taurino chama de diálogo imprescindível para construção de uma historiografia tempo-espaço para todos — inclusiva de todos — debate imprescindível para a visibilidade desse dado. Criatividade para compreender e assim melhor desfrutar das possibilidades presente, passado e futuro… É a verdadeira Civilização Brasileira, digna desta e das próximas gerações… A concretização da felicidade individual e coletiva… Sonho, ousadia, planejamento e serviço… A possibilidade real de construção de um mundo novo com que sinalizou, em primeira mão, o meu pai, o meu melhor amigo, o meu maior incentivador: Juju de Itaibó!
* Agenor Sampaio Neto. Advogado, Professor do Curso de Direito da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Doutorando em Família na Sociedade Contemporânea (UCSAL). professoragenorsampaio@gmail.com
14/07/20