Guarda Nacional nas ruas e prisões em massa em novo capítulo da crise na Califórnia
As informações são da imprensa norte-americana, publicadas nesta segunta-feiram 9). A situação na Califórnia vem sendo marcada por fortes confrontos em Los Angeles e arredores, em resposta a operações federais de imigração realizadas pelo ICE. A mobilização incluiu cerca de 2 mil soldados da Guarda Nacional enviada por ordem do presidente Trump, uma medida rara e sem precedentes sem o consentimento do governador do estado, Gavin Newsom.
Tais operações, segundo as autoridades estaduais, resultaram em mais de cem prisões, incluindo cerca de 35 mexicanos, gerando protestos que escalaram para violências esporádicas, como vandalismo e incêndio de veículos autônomos. A tropa federal foi convocada no que se convenciona chamar de “situação de violência e desordem”.
O cerne da tensão está no embate entre o governo federal e o estado da Califórnia. Enquanto Trump defende que a mobilização era necessária para conter distúrbios, Newsom e o procurador geral, Rob Bonta, classificaram a medida como “ilegal”, “imoral” e “inconstitucional”, desencadeando uma ação judicial contra a administração federal.
Legalistas argumentam que essa é a primeira vez em cerca de 60 anos que um presidente federaliza a Guarda Nacional sem a aprovação do governador de um estado, levantando riscos de precedentes para o uso de força federal contra protestos civis.
Apesar da presença militar, muitos dos protestos permanecem pacíficos. No entanto, houve momentos de caos com uso de gás lacrimogêneo, confrontos com policiais, prisões (mais de 50 só por parte da LAPD e CHP), além de incidentes mais graves, como ataques a carros da Waymo e arrombamentos de prédios públicos. Autoridades de Los Angeles, como a prefeita Karen Bass, entrelaçam apoio ao direito de protestar com condenações às ações violentas, anunciando esforços para responsabilizar os autores destes danos .
O contexto mais amplo revela uma Califórnia cada vez mais polarizada. Republicanos locais apontam que líderes democratas falharam ao rejeitar leis que poderiam facilitar cooperação com o governo federal em imigração. Por outro lado, vozes progressistas acusam Trump de deliberadamente estimular “caos” com fins políticos — uma dinâmica que pode provocar novos levantes – e talvez até decisões mais drásticas, como intervenções militares mais amplas.
Feira Hoje, 09/06/25