Força feminina mantém vivas as tradições de matriz africana e a resistência negra no Brasil
Mais de 150 mulheres de axé, lideranças religiosas e guardiãs dos saberes ancestrais se reúnem desde essa sexta-feira (30) até este sábado (31), no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, durante o V Encontro Nacional de Mulheres de Axé, promovido pela Renafro. O evento reafirma a força das mulheres que mantêm vivas as tradições das religiões de matriz africana e a resistência negra em todo o país.
Com o tema ‘O matriarcado na luta pela democracia, pelos direitos sociais e justiça climática’, o encontro reúne Ialorixás, Ekedis e Iabassês de 22 estados e do Distrito Federal. Entre os temas discutidos estão racismo ambiental, segurança alimentar nos terreiros e o papel das lideranças religiosas negras na defesa da democracia, da saúde e da educação.
A secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Neusa Cadore, destacou o protagonismo feminino nas religiões afro-brasileiras e sua luta contra o racismo religioso. Já Pedrina do Rosário, quilombola e ativista, reforçou que o matriarcado de axé é presente e futuro: “Somos as que sempre souberam cuidar da terra e não aceitar o silêncio como destino”.
A força coletiva também se traduz no monitoramento de políticas públicas e na articulação nacional. Para a Ialorixá Cristina D’Osun, o encontro impulsiona a presença das mulheres de axé nos espaços políticos. “Não dá para ficar só no terreiro. Precisamos ocupar também as instituições e construir redes como a Renafro, que há 22 anos nos fortalece”.
Feira Hoje, com informações Ascom/SPM
31/05/25