Festival de Sanfoneiros celebra com brilho a força da música nordestina
Na batida da zabumba, no choro da sanfona e no calor do público, a 14ª edição do Festival de Sanfoneiros transformou a noite dessa sexta-feira (23) em uma grande celebração da cultura nordestina. Promovido pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), por meio do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), o evento aconteceu pela primeira vez no Centro de Convenções de Feira de Santana, que ficou completamente lotado, com mais de 600 pessoas vibrando a cada acorde.

Fotos: Bernardo Bezerra (Ascom/Uefs)
Mais do que um festival, o encontro foi um verdadeiro espetáculo de sons, histórias e tradições, reunindo mais de dez artistas de diferentes estados do Nordeste e também de São Paulo e Paraná. A pluralidade de sotaques e estilos deu o tom da festa, mas o coração do evento foi, como sempre, a sanfona — esse instrumento que pulsa o espírito do povo nordestino.
Um dos momentos mais emocionantes da noite foi protagonizado pelo pequeno Arthur Lorenzo, de apenas 7 anos, vindo de Pernambuco. Com uma sanfona quase maior que ele, encantou a plateia não só pelo talento, mas pela energia contagiante. “Estou gostando demais. Estou me sentindo feliz tocando”, disse Arthur, com brilho nos olhos. Ao seu lado, o tio e também músico Ivison, emocionado, contou com orgulho a trajetória do menino: “Desde o bucho da minha irmã ele já me escutava tocar. Aos três anos, começou a aprender e hoje é sucesso por onde passa”.
O palco também foi abrilhantado por Angelo Gabriel (PE) e Luan dos 8 Baixos (SP), representantes da categoria regional nordestina até 8 baixos; Romário (PB), Jean Panisson (PR), André Leal (PE) e Andrezinho (MA) na categoria nacional; e Felipe Sanfoneiro (CE), que levantou o público na categoria regional nordestina acima dos 8 baixos.
Lá fora, no espaço externo do Centro de Convenções, o festival não parou. Um telão exibia as apresentações ao vivo enquanto o público visitava a charmosa Feira de Saberes e Sabores, com artesanato, comidas típicas e muito mais. Uma verdadeira imersão na riqueza da cultura popular.
“Cada sanfoneiro que sobe ao palco traz um pedaço do seu chão, da sua gente, do seu ritmo. E esse encontro aqui em Feira de Santana transforma a cidade na capital brasileira da sanfona”, afirmou o músico Cesinha dos Olhos D’água, celebrando a diversidade musical e o encontro de gerações.
A abertura do evento ficou por conta do grupo Os Bambas do Nordeste, com participação especial do veterano Nenem do Acordeon, já colocando o público no clima. E o encerramento não poderia ter sido mais simbólico: a multiartista Lívia Mattos emocionou com sua apresentação autoral, reafirmando o protagonismo feminino no forró. “Esse festival é histórico. Encerrar com uma sanfoneira autoral é um gesto de sensibilidade e resistência dentro do nosso contexto político e ético”, afirmou a artista.
O sucesso da edição foi comemorado com entusiasmo pela diretora do Cuca, Taís Dantas, que reforçou a importância do festival para o calendário cultural da cidade e do país. “Estamos vivendo um momento lindo. A música de raiz, o forró e a sanfona seguem vivos e cada vez mais potentes”, disse.
Para a reitora da Uefs, Amali Mussi, o evento é um presente para Feira de Santana. “O Centro de Convenções está vivo, pulsando cultura. Isso é uma conquista da universidade, da cidade e de todos que acreditam na força da nossa identidade”, afirmou.
Com apoio das secretarias estaduais de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Educação, o Festival de Sanfoneiros reafirma seu lugar como um dos mais importantes palcos da música nordestina. É festa, é cultura, é resistência. É o Nordeste mostrando, mais uma vez, sua força, sua arte e sua alma.
Feira Hoje, com informações Ascom/Uefs
24/05/25