Entidade aponta arrocho salarial do Governo Rui Costa para o servidor de mais de 34%
Perdas dos servidores da Bahia, como um todo, há um ano já superavam 30%, conforme o Dieese
O arrocho salarial para os docentes das universidades estaduais da Bahia chega a 34% em mais de seis anos de governo Rui Costa (PT), conforme nota divulgada pela Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs). A entidade afirma que “a precariedade da atividade docente somada às condições impostas pela pandemia que exigem que professores lancem mão de recursos próprios para a execução de atividades, elevando seus gastos mensais, faz com que a situação financeira se torne insustentável”.
A situação não atinge apenas os professores. Ainda em janeiro de 2020, levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que os servidores públicos do Estado da Bahia, como um todo, sofreram perdas de 31,04% pelo IPCA-IBGE, índice oficial usado nas atualizações salariais dos trabalhadores. Desde que assumiu o Executivo baiano, em 2015, o governador Rui Costa não reajustou os ordenados do servidor sequer pela inflação.
Segundo a Adufs, divulgação dos dados da Secretaria da Fazenda mostram uma margem de R$3,18 bilhões para gastos com reajustes de salários e gratificação dos servidores. “Segundo dados divulgados no Transparência Bahia, detalhados pelo Sindicato dos Servidores da Fazenda do Estado da Bahia (SindSefaz), o comprometimento do orçamento com pessoal está em 39,72%, enquanto o limite prudencial é de 46,17% definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que tem limite máximo é de 48,6%. Comparado ao primeiro quadrimestre de 2020, a queda nas despesas com pessoal ativo foi de 3,42%”.
A situação dos servidores e servidoras, relata a Adufs, “que poderia ser ajustada minimamente diante de tantos prejuízos acumulados ao longo dos anos, se tornou pior com os sucessivos contingenciamentos e aplicação da Lei Complementar 173, que fere a autonomia universitária, e passou a ser a principal justificativa para suspensão dos direitos trabalhistas dos/as docentes ao suprimir a contagem do tempo de serviço nos processos de progressões, promoções e de dedicação exclusiva. Diante de um quadro de total descaso, foi necessário que as Associações Docentes, através de suas redes de solidariedade, prestassem assistência a docentes que estavam sem condições de prover suas despesas diante do aumento de gastos neste período”.
14/07/21