Brasil 18 de abril de 2016

NY Times cita Cunha como cristão evangélico que usa a Bíblia, mas é acusado de esconder dinheiro na Suíça

Em reportagem publicada nesse domingo (17), de autoria de Andrew Jacobs, a edição on-line do The New York Times, considerado o mais importante jornal dos EUA, expõe as diversas vertentes do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Dentre as citações, está a de que o deputado e presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “é um cristão evangélico que gosta de usar sua conta no Twitter para espalhar versos bíblicos”, mas ao mesmo tempo “é acusado de usar uma conta bancária na Suíça para esconder 40 milhões de dólares em subornos”.

A reportagem também expõe situações acerca do vice-presidente Michel Temer, ao relatar que ele enfrenta possível impeachment sobre as mesmas alegações apresentadas contra Dilma, “bem como as acusações de que está envolvido em um esquema de etanol de compra ilegal”. Trata-se de referência a uma das fases da Opeação Lava Jato, na qual, em fevereiro, o senador Delcídio do Amaral, em acordo de delação premiada, envolveu Temer em um caso de aquisição ilícita de etanol por meio da BR Distribuidora, ocorrido entre 1997 e 2001, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O jornal norte-americano faz, ainda, citação à declaração de Raul Justes Lores, da Folha de São Paulo, na qual relata que “As pessoas estão fartas da má gestão e erros econômicos de Dilma, e a corrupção do PT, mas ninguém sente qualquer otimismo para o que poderia vir a seguir”.

Na reportagem, são, ainda, citadas denúncias contra o ex-presidente Lula e a atual, Dilma Rousseff, bem como referências à ascensão do PT, de partido que lutou contra o regime militar e a conquista da Presidência da República, nas eleições de 2002.

Sobre os desdobramentos do impeachment, o NY cita que analistas políticos temem que o movimento para acusar Dilma poderá causar danos “à jovem democracia do Brasil, restabelecida em 1985 após duas décadas de ditadura militar duradoura”.

“Este é um golpe, uma lesão traumática para o sistema presidencial do Brasil”, disse Pedro Arruda, um analista político da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. “Este é apenas pretexto para derrubar um presidente que foi eleito por 54 milhões de pessoas. Ela não tem contas bancárias estrangeiras, e ela não foi acusada de corrupção, ao contrário daqueles que estão tentando derrubá-la”, concluiu.

Na última sexta-feira (15), o NY já havia publicado uma extensa reportagem em que destaca que o processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff, está sendo liderado por políticos que enfrentam uma série de acusações como corrupção, fraude eleitoral e até abusos de direitos humanos. “O que revela a hipocrisia entre os líderes brasileiros no debate nacional”, diz o texto, que ressalta que a presidente não é acusada de roubar dinheiro público. “Uma raridade”, diz o jornal.

Veja a reportagem completa na página do NY Times desse domingo.

Feira Hoje, 18/4/16

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